A forma como nós vamos tentar compreender alguma coisa quando estamos estudando algo, passa pelo entendimento do conceito daquilo que é o objeto do nosso estudo. Ele é muito importante. Isso eu falava lá na primeira aula lá no sexto ano com vocês [alunos do 7º ano] o que a gente faz aqui com vocês na sala de aula, é uma tentativa de construir um enredo.
No meu caso, na área de geografia, pra que vocês possam compreender o mundo em que vocês vivem nele o mundo em que nós vivemos nele e pra além de compreender esse mundo, também como atuar nesse mundo, de modo a melhorar a vida de todos . Cada um de nós aqui é um ator nesse mundo. É um agente nesse mundo, um sujeito histórico. Por que falamos que somos um sujeito histórico? Porque nós estamos fazendo parte de um pedaço da história do nosso mundo do nosso planeta.
Vocês já devem ter estudado, por exemplo, a formação do nosso planeta. Já estudaram o desenvolvimento humano no planeta, o desenvolvimento dela, todos os pontos da história e vocês vão continuar estudando. A gente estuda história antiga, ou sobre os povos originários que viviam aqui no Brasil. Os indígenas que eram os povos originários aqui do que hoje chamamos de Brasil, vamos pensar nesse recorte, aquele momento histórico era um momento histórico que nós não existíamos, mas a história estava sendo construída.
Essa história estava sendo construída, então esses povos originários no seu tempo era o sujeito histórico daquela época, cada um de nós hoje é o sujeito histórico dessa nossa época. A gente chama isso de contemporaneidade. Somo sujeitos históricos do nosso tempo presente.
A contemporaneidade, ou seja, o momento que nós estamos vivendo, nos leva a pensar sobre qual é a nossa ação, a minha a sua nesse mundo que nós estamos vivendo, como é que a gente está? Como estamos atuando nesse mundo? É muito mais interessante e eu não vou dizer que é mais fácil, mas vou dizer que é mais interessante quando temos ciência da nossa condição de sujeito histórico. Se a gente compreende isso, podemos melhor compreender esse mundo que a gente vive nele.
Quantos anos você tem? 12 anos? Com 12 anos a forma como a gente olha para o mundo é diferente de uma pessoa que tem 50 anos. Muitas vezes dá choque, o que se pode chamar de choque entre gerações. O meu mundo, quando eu tinha 12 anos, é muito diferente do mundo de vocês agora com 12 anos. Como é que a gente consegue conversar para que esse choque diminua cada vez mais, por isso que é tão difícil ser filho como é tão difícil ser pai e ser mãe. Isso também ajuda entender como, às vezes, a relação professor-aluno é tão complexa. Surgem os embates geracionais exatamente porque são caminhadas diferentes, mas nós todos estamos nesse mundo numa vivência contemporânea e se vocês têm uma noção, uma compreensão da realidade, se vocês conseguem enxergar através dos estudos como é que esse mundo funciona, talvez seja mais fácil para vocês atuarem nesse mundo.
Dito isto, a gente tem várias formas de ler o mundo em vivemos. Pode ser através das artes pode ser através da música, através da matemática, através da economia, através das ciências biológicas, através da história ou através da geografia, entre outras áreas do conhecimento, cada uma delas vai proporcionar um jeito de olhar o mundo em que vivemos. A geografia tem uma proposta de olhar pra esse mundo, compreender o mundo, entender o mundo e as pessoas que nele vivem.
A geografia trabalha com o mundo em seus aspectos naturais e com a sociedade, analisando a interação entre o Home e a Natureza. Só que não tem livro bem escrito não tem professor qualificado não tem escola melhor do mundo que vai fazer com que vocês aprendam se vocês estudantes não fizeram uma coisa muito simples, mas que demanda muita dedicação que é estudar. Não vai ser eu o professor aqui na frente de vocês falando, falando, falando, que vai fazer com que vocês aprendam.
O que a gente faz na aula, na escola? Se você respondeu estudar, lembre-se que isso não é bem uma verdade. Vamos dizer que ela é uma meia verdade, estou orientando vocês a pensarem na escola, usando a Geografia como recurso. Vocês passam 4 horas na escola, vocês vem para escola para conversar brincar, socializar, se divertir e isso tudo faz parte desse processo de escolarização de vocês. Ótimo. Só que isso aqui é só um fragmento desse processo de aprendizagem. O momento de estudar é, quase sempre, solitário e se faz fora do ambiente escolar, numa biblioteca ou em casa.
Por quê porque é aquele processo de construção da história, vocês sujeitos da história vão criar coisas também vão entender as coisas de forma diferente. Vocês vão propor outros conhecimentos agora não é na escola por que isso é fruto de estudo. A escola é um momento, mas a gente estuda mesmo é fora da escola. A dedicação ao estudo é fora da sala de aula. É em casa que se dá o momento do estudo. Se o estudante vem para a escola e nela escuta os professores falando por horas blá blá blá blá. Aí ele volta pra casa, guarda livrinho e o caderno, e só volta a pegar o livro e o caderno novamente no outro dia ou no dia da próxima aula, quando tiver a aula daquele professor novamente, o estudante não vai estar aprendendo nada, ele estará sofrendo porque vai ter que decorar os textos para tirar uma nota que não vai representar nenhum conhecimento.
Como eu realmente aprendo? O que eu realmente aprendo é aquilo que eu pergunto como é que funciona, como é que é, por que que é assim e por que não é diferente? Quando eu pergunto, eu crio uma abertura pra que eu possa aprender, e olha só, quando você começa a perguntar, você começa a criar novos conhecimentos a partir dos conhecimentos que já foram produzidos, estudados, desenvolvidos, vocês começam então a criar novos conhecimentos, então o importante na escola, isso eu já falei para vocês, também no sexto ano agora no sétimo ano e eu vou repetir no oitavo no nono, se eu tiver com vocês é, não é a sua resposta que é importante, o importante é a sua pergunta que pergunta vocês estão fazendo para aprender?
Qual é a pergunta sobre o Brasil que ainda não foi feita? A busca a essa resposta é que vai possibilitar aprender alguma coisa nova, nessa caminhada temos a possibilidade de produzir um conhecimento novo. Então qual é a pergunta que ainda não foi feita sobre o Brasil? Se a pergunta não foi feita não tem resposta, ela terá que ser investigada é um caminho para uma real aprendizagem. Nem sempre as perguntas têm que ter uma resposta imediata, ao contrário, mas a pergunta faz a gente caminhar, faz a gente aprender coisas novas faz a gente criar coisas novas, produzir novos conhecimentos.
Essa nossa primeira fala nesse sentido pra tentar incentivar vocês para o estudo. Lembrando que o estudo não pode acontecer só na escola, ele ocorre, principalmente, fora da escola. Então a gente precisa criar um hábito do estudo. O que é o hábito do estudo se não um tempinho que eu tiro pra mim para eu aprender coisas novas todos os dias. Mas sobre hábito de estudos eu escrevo num próximo post.
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